Estúdio fotográfico - como usar o Flashmeter

Antigo fotômetro de mão

Num primeiro contato, fotômetros e flashmeters não costumam ser o equipamento mais afável do mundo. Não é trivial compreender seu funcionamento e tampouco o por quê de seu sucesso entre profissionais.

Uma das mais importantes características desse tipo de equipamento é sua precisão. Só isso já justificaria o uso de um fotômetro de mão, prefencialmente àquele que é embutido nas câmeras. Mas ainda mais interessantes são os usos do flashmeter.

O flashmeter inclui como funções tanto a medição de luz incidente quando a de luz refletida, enquanto um fotômetro conta somente com a segunda. Luz refletida é aquela que já atingiu o assunto e agora chega até a câmera. Assim, para usar o flashmeter com essa função, basta apontá-lo na direção de seu assunto e acioná-lo. Sua escala mostrará a abertura de diafragma necessária para que se obtenha uma boa foto. As configurações de ISO e obturador que serão usadas na câmera já deverão ter sido reguladas no próprio aparelho.

Entretanto, para medição de luz pontual, como em estúdios equipados com flashes, por exemplo, é preciso utilizar a função de luz incidente. Para isso, devemos regular o fotômetro com o ISO e a velocidade de obturador que usaremos na câmera, e, então, apontá-lo, a partir da posição onde ficará o modelo ou assunto, para o flash principal. Então, o flashmeter deve ser acionado; ele estará, assim preparado para medir o feixe de luz do flash, que deverá ser acionado em seguida. Ao final do processo, a abertura do diafragma correta estará no mostrador.

Não parece nada complicado, mas precisamos entender ainda uma particularidade dos flashmeters: sua escala de aberturas está em décimos de f/stop

Se considerarmos os f/stops reais, a saber: 1.4, 2, 2.8, 4, 5.6, 8, 11, 16, 22 e 32 (e não confundamos com os terços de f/stops comumente usados nas câmeras digitais, em cuja escala, por exemplo, existem os valores 9 e 10 entre os números 8 e 11, ou 4.5 e 5 entre os f/stops 4 e 5.6), deveremos imaginar dez intevalos entre cada um deles. É exatamente assim que o flashmeter mostrará a abertura. Um exemplo: Se, após o disparo do flash, o número 5.6 seguido de um pequeno algarismo 3 estiver no mostrador, isso significa que a abertura correta é aproximadamente 5.6 mais um terço de EV (na verdade, 5.6 mais três décimos de EV), que numa câmera digital significa 6.3 (voltando aos terços). Se o resultado for, digamos, 8 e 7 décimos, estaremos falando de 8 mais aproximadamente 2/3 de EV, o que significa f/10.

A escala a seguir é um exemplo da correspondência entre as escalas do flashmeter e da câmera:


Com ela em mãos, é fácil interpretar qualquer resultado fornecido pelo aparelho. Com alguma experiência, entretanto, pode ser dispensada sem problemas.

Ainda há mais uma dificuldade a ser superada: como estamos num estúdio, não necessariamente estamos trabalhando com um só flash. Lembre-se do post sobre iluminação de estúdio: existe uma relação entre a intensidade das diferentes luzes.

Conforme abordado, a luz principal é nosso EV=0, ou seja, nada muda até aqui. Basta definir qual é a luz principal e fazer a medição, usando-se o flashmeter, como acabamos de mostrar. Digamos, portanto, que nosso flashmeter indicou f/8 na primeira medição. Luz principal medida; esse é o diafragma que usaremos em nossa câmera.     

Partamos agora para a luz auxiliar. Seu EV é -1 em relação à luz principal. Novamente, posicionamos o flashmeter em frente ao assunto, direcionado, agora, para a luz auxiliar. Todos os outros flashes deverão estar desligados. Faz-se, então, a medição. Agora vem a reflexão mais importante: como estamos buscando EV=-1, precisamos obter o valor f/5.6, que representa um ponto a menos do que medimos para a luz principal. (Imagine que, por um instante, a luz auxiliar é a principal; ela é um ponto mais fraca, então a câmera precisa estar um ponto mais aberta para obter a mesma iluminação). Se não conseguirmos esse valor, devemos mexer na potência das tochas ou em sua posição, até obter a intensidade de luz correta. 

O mesmo raciocínio serve para as outras luzes: para uma luz um ponto mais forte do que a principal (EV=+1), o flashmeter deve indicar um diafragma um ponto mais fechado. Para uma luz dois pontos mais forte, o flashmeter deverá indicar um diafragma dois pontos mais fechado. Esta é a lógica que devemos seguir.

Comentários

  1. Olá,, não entendi se a primeira leitura da luz principal foi F8 um ev a menos não seria 5/6 ? em vez de F4. obrigado

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    1. Olá Marcos, precisa sua observação. Já fiz a correção, obrigado pelo toque! Abraço.

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